Amazon News

Quarta-feira, 22 de Outubro de 2025
GOVERNO DO ESTADO DO AMAPÁ
GOVERNO DO ESTADO DO AMAPÁ

Notícias Política

Racha e divergências no PT do Amapá: um partido em crise interna

Segundo militantes, o PT no Amapá se encontra no "negócio popular", e apontam para uma gestão centralizada nas mãos de uma única família

Racha e divergências no PT do Amapá: um partido em crise interna
IMPRIMIR
Use este espaço apenas para a comunicação de erros nesta postagem
Máximo 600 caracteres.
enviando

O Partido dos Trabalhadores (PT) no Amapá enfrenta um momento de turbulência e racha interno, com acusações de falta de democracia e nepotismo envolvendo a atual liderança. As principais vozes dissidentes dentro da legenda não hesitam em criticar a gestão do presidente Zé Luiz e seu irmão, Antônio Nogueira, ex-prefeito de Santana, pela maneira como têm conduzido o partido no estado.

Segundo militantes, o PT no Amapá se encontra no "negócio popular", e apontam para uma gestão centralizada nas mãos de uma única família, o que consideram um erro. "O presidente foi colocado de maneira errônea", disse um dos militantes que preferiu não ter seu nome citado, referindo-se a Zé Luiz, que, de acordo com ele, assumiu a presidência do partido sem uma eleição legítima e sem a devida aprovação do diretório estadual. "Não houve uma eleição no PT no Amapá, mas uma nomeação sem o devido processo", critica.

O ponto central das acusações envolve o fato de que Zé Luiz, após ser presidente, teria colocado o irmão no comando de importantes secretarias e órgãos estaduais, como a Secretaria da Pesca e o Ibama. A suspeita de nepotismo e falta de transparência em relação às nomeações tem gerado grande insatisfação entre as lideranças internas do PT.

Leia Também:

A militância descontente expõe frustração com a gestão atual: "A família inteira de Zé Luiz dirige as instituições no estado. Ele não escuta as outras lideranças do partido, e não há espaço para o debate, algo que é fundamental para a nossa formação", lamenta. Para eles, a gestão tem se tornado cada vez mais fechada e sem espaço para discussões internas. "Não dá para colocar coleirinha no pescoço de todos os petistas", completa, referindo-se à centralização das decisões.

A insatisfação também se estende à forma como o partido tem se comportado durante os últimos processos eleitorais. Durante as eleições municipais, Zé Luiz e Nogueira teriam colocado candidatos bolsonaristas para disputar prefeituras pelo PT, algo que gerou ainda mais divisão dentro da legenda. "Eles abandonaram a disputa para apoiar aqueles que eram bolsonaristas", denuncia a militância, que considera esse tipo de atitude uma traição aos princípios históricos do PT.

No município de Santana, o controle sobre a Secretaria de Educação e outros cargos importantes é atribuído ao ex-prefeito Nogueira, o que, para os dissidentes, configura um uso indevido de poder para garantir vantagens políticas. "Ele tem mais de mil contratos na Secretaria de Educação e terceirizou tudo, desde serventes até merendeiras", destaca. Essa estrutura, segundo uma outra militante, favorece a manutenção de uma base política que coloca o partido em desvantagem nas disputas eleitorais.

A situação levou ao fortalecimento de um movimento de resistência dentro do partido. Membros dissidentes buscam reorganizar o PT no Amapá e se preparar para as eleições internas, previstas para o dia 6 de julho de 2025. "Nós vamos para essa disputa sem medo, com força e sem medo de fazer o embate", afirma com firmeza.

Entre os dissidentes, o nome de Antônio Elias Ayres tem se destacado como o possível candidato a presidente estadual do PT. Ayres, conhecido por sua longa trajetória dentro do partido, é visto como uma alternativa à atual gestão. A chapa estadual, composta por diversas tendências internas, ainda está sendo montada, e a definição das chapas municipais segue em andamento.

Apesar da resistência crescente, a situação permanece tensa dentro do partido. "Hoje, o xerife do PT no Amapá é o Nogueira, e ele está se beneficiando dessa centralização de poder", aponta a militante. A frase sintetiza o sentimento de insatisfação que permeia as lideranças que buscam retomar a autonomia do PT e garantir que o partido volte a ser um espaço democrático, onde a pluralidade de ideias seja respeitada e as decisões sejam tomadas de forma coletiva.

O futuro do PT no Amapá dependerá dos próximos passos que o partido der, especialmente nas eleições internas que se aproximam. A expectativa é que a disputa interna traga à tona as divisões mais profundas, mas também possa ser uma oportunidade de reconstrução e renovação para o partido.

Comentários:
Tito Tobias

Publicado por:

Tito Tobias

Jornalista Credenciado

Saiba Mais
GOVERNO DO ESTADO DO AMAPÁ
GOVERNO DO ESTADO DO AMAPÁ

Veja também

GOVERNO DO ESTADO DO AMAPÁ
GOVERNO DO ESTADO DO AMAPÁ

Crie sua conta e confira as vantagens do Portal

Você pode ler matérias exclusivas, anunciar classificados e muito mais!